DETERMINANTES AMBIENTAIS E NÃO-AMBIENTAIS DA MALÁRIA EM ÁREA URBANA DE MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL: USO DE MOSQUITEIROS COMO MEDIDA DE PROTEÇÃO E FATORES ASSOCIADOS AO SEU USO
Palavras-chave:
Malária, Amazônia Ocidental, Prevenção de malária, Mosquiteiros, Acre, Brasil, Plasmodium, ParasitologiaResumo
Introdução: A malária é uma das principais endemias parasitárias do Brasil. Em 2012, foram notificados 241.806 casos de malária na região amazônica, e 26.466 casos autóctones ocorreram no estado do Acre. Um dos municípios mais afetados desse estado foi Mâncio Lima que, em 2013, registrou número de casos quase 74 vezes maior que a média nacional e concentrados principalmente na área urbana. Apesar disso, em 2011, uma iniciativa decisiva do Ministério da Saúde foi implementada: o programa de distribuição maciça de mosquiteiros na região, visando controlar vetores anofelinos. Todavia, até o momento, o impacto dessa medida não havia sido analisado sistematicamente. Objetivo: Avaliar a adesão às medidas de controle vetorial, mais especificamente o uso de mosquiteiros impregnados com inseticida e a relação da frequência do uso com diversas variáveis. Métodos: Realizou-se uma amostragem de 350 domicílios, contendo cerca de 1.421 pessoas, residentes na área urbana de Mâncio Lima. O cálculo baseou-se em uma prevalência de 25% de malária urbana, com 10% de precisão e uma taxa de perda por não resposta de 10% (nível de confiança de 95%), em 2012. Os domicílios foram sorteados a partir do cadastro do programa “Saúde da Família”, respeitando a proporcionalidade por bairros da área urbana. O desenho epidemiológico consiste em um estudo transversal. Resultados: A frequência da população que sempre usa o mosquiteiro permaneceu relativamente baixa (69,90%), e as variáveis que mais influíram no uso mais frequente foram: a baixa escolaridade, a história de internação por malária, a opinião de que o mosquiteiro protege contra a malária e a percepção de que no ambiente de sono havia muito mosquito. Conclusão: Os resultados do ainda baixo uso dos mosquiteiros ressaltam a importância da educação em saúde, das visitas frequentes dos agentes comunitários e da disseminação de informações, em diversos meios de comunicação, sobre os riscos que a malária causa à saúde individual e coletiva. É importante, deste modo, continuar a transmitir à população de Mâncio Lima, segurança sobre a eficácia do mosquiteiro.
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