AVALIAÇÃO DA MORBIMORTALIDADE SUBSEQUENTE À TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE PLAQUETAS OU PLASMA EM PACIENTES COM MANIFESTAÇÃO HEMORRÁGICA DA DENGUE EM RIO BRANCO, AC

Resumo

Introdução: A transfusão de plaquetas ou plasma tem sido amplamente utilizada em pacientes com dengue e manifestações hemorrágicas no Brasil, sem critérios clínicos claros baseados apenas em decisões empiricamente e na experiência individual. Material e Métodos: Um estudo retrospectivo de coorte foi realizado em Rio Branco, AC, Brasil, com o objetivo de explorar a evolução clínica após transfusão de plaquetas e plasma no tratamento da dengue hemorrágica. Foram registrados casos confirmados de dengue e manifestação hemorrágica diagnosticados entre janeiro de 2007 e maio de 2011. As manifestações hemorrágicas foram definidas sempre que sangramentos e contagem de plaquetas <100.000 / mm3. Foi realizada uma análise comparativa da evolução de ambos os grupos (presença e ausência de transfusão) ao longo do tempo, utilizando uma análise de sobrevivência univariada (método de Kaplan-Meyer), e a distribuição dos dias de hospitalização, transfusão e óbito ocorrendo até 30 dias após a conclusão do TPC foi medida. As curvas obtidas foram comparadas pelo teste log-rank. Resultados:193 casos preencheram os critérios. Ocorreu sangramento em 35,8% (IC95% 29,0 a 43,0), com petéquias e sangramento gengival. A menor contagem média de plaquetas durante a internação foi de 26.792 UI / mm3. Cerca de 10,9% receberam apenas transfusão de plaquetas, 9,8% receberam apenas plasma fresco congelado e 11,4% receberam ambos. Não houve diferença no tempo de internação e taxa de mortalidade entre aqueles que receberam ou não receberam transfusão de plasma ou plaquetas. Conclusão:A transfusão de plaquetas e plasma na manifestação hemorrágica na dengue não foi eficiente para reduzir a mortalidade na manifestação hemorrágica da dengue.