PERDA AUDITIVA RELACIONADA À IDADE COMO FATOR PREDISPONENTE À DEPRESSÃO EM IDOSOS

Autores

  • Bárbara Maria Vieira de Medeiros Universidade Santa Maria (UNIFSM) Autor
  • Caio Visalli Lucena da Cunha Escola de Saúde Pública de Florianópolis Autor
  • Thaise de Abreu Brasileiro Sarmento Universidade do Pernambuco (UPE) Autor
  • Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Autor

Palavras-chave:

Idosos. Presbiacusia. Saúde Mental

Resumo

Objetivo: Identificar os mecanismos subjacentes que ligam a perda auditiva às mudanças no estado emocional, bem como avaliar o impacto das intervenções preventivas e corretivas na redução dos sintomas depressivos.

Método: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, entre o mês de novembro do ano de 2024, utilizando os descritores “Depression”, “Elderly” e “Presbycusis através das bases de dados PubMed, Scielo, Cochrane e MedLine. Foram incluídos artigos publicados nos últimos 6 anos, em inglês, em português e em espanhol, e excluídas teses, dissertações, cartas ao editor e textos incompletos.

Resultados e Discussões: Em relação à fisiologia da presbiacusia relacionada à idade, estudos históricos de ossos temporais humanos após a morte indicam o envolvimento de estruturas auditivas, como degeneração das células ciliadas internas e externas mecanotransdutoras da cóclea, função reduzida na estria vascular e degeneração do nervo auditivo. A presbiacusia contribui principalmente para a anulação de sons consonantais agudos, além de déficit neurossensorial simétrico de altas frequências, o que interfere na compreensão em meio ao ruído. Foi demonstrado que pacientes depressivos com idades entre 65 e 79 anos viviam mais frequentemente sozinhos (88,9%) e tinham tendência ao isolamento. Isso ocorre porque, com a dificuldade de audição, há confusão de palavras e interrupção do diálogo, o que afeta o estado psicossocial do indivíduo e o interesse em relações interpessoais. Além da depressão, diversos estudos correlacionam a presbiacusia com declínio cognitivo, demência e doença de Alzheimer. As principais hipóteses sugerem que a falta de audição e posterior isolamento social acelera a perda da função cognitiva; que a própria perda auditiva seja uma manifestação precoce de um declínio cognitivo pré-clínico; ou que pode haver vias patológicas comuns envolvidas na causa de ambos os distúrbios.

Considerações Finais: Os estudos científicos estabeleceram uma conexão robusta entre a presbiacusia e a prevalência de depressão entre indivíduos idosos. Estes achados sublinham a importância de iniciativas que promovam maior acessibilidade a exames preventivos de detecção de perda auditiva. Essa condição, muitas vezes subdiagnosticada, é, em muitos casos, passível de prevenção ou manejo adequado, o que pode ter um impacto significativo na promoção de uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Idosos. Presbiacusia. Saúde Mental.

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Publicado

2025-04-25

Como Citar

PERDA AUDITIVA RELACIONADA À IDADE COMO FATOR PREDISPONENTE À DEPRESSÃO EM IDOSOS. (2025). DêCiência Em Foco, 8(1), 96-108. https://revistas.uninorteac.edu.br/index.php/DeCienciaemFoco0/article/view/231